terça-feira, 22 de junho de 2010

1º lista de gramática para o 3º ano 2º bimestre

1ª Lista de Gramática

Olá 3º ano, essa lista revisará estrutura sintática e colocação pronominal.
Lembre-se: Usa-se próclise em: palavras negativas, advérbios, pronomes relativos e indefinidos, conjunções subordinativas, em orações iniciadas por palavra interrogativa ou exclamativa.
Usos de mesóclise: só ocorre com verbo no futuro ( do presente e do pretérito) e é obrigatória quando o verbo no futuro inicia a oração
Usa-se ênclise quando o verbo inicia a oração.
Obs: Pronomes oblíquos nas locuções verbais (v. auxiliar +v. principal) O pronome oblíquo pode, como regra geral, posicionar-se antes, no meio ou depois dos verbos que formam uma locução verbal. ( Ela se vai magoar. / Ela vai se magoar/ Ela vai magoar-se. Após particípio não se coloca pronome oblíquo.

Beijos!!!
Curtem a Gincana, mas não se esqueçam de estudar.


Texto I

Soneto de quarta-feira de cinzas

Por seres quem me foste, grave e pura
Em tão doce surpresa conquistada
Por seres uma branca criatura
De uma brancura de manhã raiada

Por seres de uma rara formosura
Malgrado a vida dura e atormentada
Por seres mais que a simples aventura
E menos que a constante namorada Porque te vi nascer de mim sozinha
Como a noturna flor desabrochada
A uma fala de amor, talvez perjura

Por não te possuir, tendo-te minha
Por só quereres tudo, e eu dar-te nada
Hei de lembrar-te sempre com ternura.


MORAES, Vinicius de. Texto extraído do site , em 25/05/2010.

Malgrado: Apesar de; não obstante.
Perjurar: Jurar falso; quebrar o juramento, faltar à promessa; atraiçoar.

QUESTÃO 01
a) Um dos elementos que compõem o texto é a repetição de estrutura sintática. Que estrutura é essa? Que relação de sentido essa repetição estabelece no texto? Que importância essa repetição tem para o texto?
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b) Na terceira estrofe, a conjunção como tem valor comparativo. Explicite o termo comparante e o termo comparado.

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QUESTÃO 02
Considerando as relações gramaticais e semânticas do texto acima, julgue os itens abaixo:
1. ( ) No primeiro verso do poema, tem-se um caso de próclise obrigatória, justificada pela presença do pronome relativo quem.
2. ( ) No primeiro verso da terceira estrofe, o pronome te poderia ser colocado também na posição enclítica, tanto depois da forma verbal vi como depois do verbo nascer, uma vez que se trata e de locução verbal, composta pelo verbo auxiliar ver acompanhado do verbo principal nascer, flexionado na forma infinitivo.
3. ( ) Em Por não te possuir, tendo-te minha, primeiro verso da última estrofe, poder-se-ia modificar a posição tanto do primeiro quanto do segundo te,colocando o primeiro na forma enclítica e o segundo na forma proclítica, sem incorrer-se em transgressão à norma culta.
4. ( ) O pronome te , tanto no segundo quanto no terceiro verso da última estrofe, pode ficar tanto antes quanto depois do verbo que complementa, sem alteração semântica e/ou sintática.

Texto II

No topo

Diga onde seu nome está escrito e eu lhe direi quem és

Num programa a que assisti outro dia na tevê, um humorista apresentou um método bem curioso para sabermos se somos ricos, pobres ou de classe média. "Se, no trabalho, seu nome está escrito em sua blusa, você é pobre; se está escrito na sua mesa, você é de classe média; e se seu nome estiver escrito, em letras enormes, na fachada do prédio em que você trabalha, então você é rico." Faz sentido. Eu só acrescentaria algo mais à terceira definição: se seu nome estiver, em letras garrafais, na fachada do prédio, você pode ser tanto rico quanto pichador.
De uma certa maneira, todos nós queremos ver nossos nomes escritos por aí. Quanta gente não daria tudo para aparecer na televisão, participar do Big Brother ou ser capa da Capricho? Ser famoso é mais que um sonho: é uma exigência da nossa época. Cada um faz o que pode para sobressair: uns são bons no futebol, outros na matemática, fulano é engraçado e sicrana é lindíssima. Mas se a vida, por um lado, nos apresenta uma infinidade de caminhos que podemos seguir, também nos bate muito a porta na cara. Às vezes as circunstâncias são muito mais fortes do que nossos planos. Por exemplo: se você fosse mais velha, tivesse três filhos para criar, estivesse desempregada e surgisse uma oportunidade de emprego numa fábrica de parafusos, dificilmente diria "não, obrigada, mas fazer parafusos não é a minha ambição na vida, eu quero é ser veterinária e trabalhar com periquitos". Para o pessoal que tem o nome escrito na roupa, o mundo não é esse sonho de liberdade e múltipla escolha que às vezes acreditamos ser.
Essa é uma contradição muito grande do mundo em que a gente vive. De um lado ouvimos por todo canto: faça o que você quiser! Ouse, vença, escolha seu próprio caminho! Seja original! Destaque-se! De outro, no entanto, estão todas as limitações da vida: quem tem 1,50 m jamais será o rei do basquete, quem nasceu em uma favela dificilmente de uma multinacional, e se você é mais gorda do que a maioria das meninas, desculpe informar, mas não acho que modelo seja a profissão em que terá mais sucesso.
A pichação é conseqüência dessa contradição. Quando o garoto começa a perceber que seu futuro está muito mais para a fábrica de parafusos do que para jogador da seleção brasileira, que o único lugar em que as pessoas lerão seu nome será na etiqueta de seu macacão, resolve fazer à fama por suas próprias mãos: pega um spray de tinta e escreve seu nome no alto dos prédios. Os pichadores competem para ver quem chega mais alto, quem escreve o nome no lugar difícil.
Mas não é só entre si que eles competem. Também disputam espaço nos outdoors, com propagandas de uísque, cigarro e roupas, com bandas de música pop. A maioria diz: Ouse! Seja original! Apareça!
De uma certa forma, é mais ou menos isso que o pichador está fazendo: conquistando seus 15 palmos de fama das grandes cidades. Ele nunca chegará ao topo da sociedade, seu nome, sim.

5.
Texto publicado no site em 24/05/2010.

QUESTÃO 03

a) Relacione o conteúdo ao título e subtítulo do texto.

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Releia este trecho.

"Se, no trabalho, seu nome está escrito em sua blusa, você é pobre; se está escrito na sua mesa, você é de classe média; e se seu nome estiver escrito, em letras enormes, na fachada do prédio em que você trabalha, então você é rico."

b) Que sentido as palavras se e então dão ao trecho? Qual a importância desse trecho e da ideia expressa por essas palavras para a construção do sentido do texto?
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c) Segundo o texto, o mundo é repleto de contradições. De que forma a “pichação é uma consequência dessa contradição”? Como essa contradição se relaciona ao uso do imperativo nas frases “faça o que você quiser! Ouse, vença, escolha seu próprio caminho! Seja original! Destaque-se!”?
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QUESTÃO 04
Samba do Arnesto

O Arnesto nos convidou
Prum samba, ele mora no Brás
Nós fumo e num encontremo
ninguém
Nós fiquemo com uma baita duma
reiva
Da outra vez nós num vai mais.
Outro dia encontremo o Arnesto
Que pediu desculpa mas nós num
aceitemo
Isso não se faz, Arnesto
Nós num si importa
Mas você devia ter deixado um
recado na porta.
Em relação aos aspectos linguísticos do texto, julgue os itens.

a.( ) Se escrito na norma culta, o pronome do primeiro verso, obrigatoriamente, deveria ser posto depois do verbo.
b.( ) A colocação do pronome na posição proclítica, no verso “Isso não se faz, Arnesto”, respeita as regras determinadas pela gramática, apesar de o texto está na linguagem não-padrão.
c.( ) A forma num, no antepenúltimo verso, tem valor negativo, por isso a colocação proclítica do pronome si está correta, pois a palavra negativa é fator de atração.
d.( ) Observa-se que no texto há muito mais problemas de concordância do que de colocação dos pronomes oblíquos átonos.
e.( ) A flexão dos verbos em Nós fumo e não encontremo ninguém condiz com o registro não-padrão da linguagem, contudo não deixa de atingir o objetivo principal da linguagem que é a comunicação.

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